A instalação do hidrômetro individual nos condomínios não é apenas uma questão de justiça nas contas de água. O objetivo é também começar a reverter o quadro de desperdício que poderá comprometer a curto prazo o abastecimento. O problema é mundial, mas está se tornando dramático também no Brasil.

Estamos no auge de uma seca que já reduziu a 15% a água disponível nos reservatórios do Estado de São Paulo. A Sabesp custou a divulgar esse dado. É hora fechar a torneira.

Além do mais, nem tudo está claro sobre a instalação de hidrômetros individuais. Há verdades e mitos. Verdade: eles vão fazer justiça e entrar na luta contra o desperdício. É também verdade que vão contribuir para que as contas de água sejam reduzidas. Poderá haver economia de até 30%.

Mito: os hidrômetros podem ser instalados em qualquer prédio. Submedidores individuais de água só podem ser instalados, sem transtornos, nos novos prédios, com previsão desde o projeto. Em prédios antigos, com mais de três prumadas, não compensariam pelo transtorno e custo da obra.

Outro mito: a cobrança da conta individualizada manteria o mesmo valor do m3 para todos os moradores do condomínio. A concessionária desse serviço público cobra valores por m3 diferenciados para quem consome acima de um certo nível. Como faz a Receita Federal com a nossa renda.

Sai caro para a construtora? Errado. Com os submedidores instalados, os imóveis terão um maior valor de venda agregado. A inovação seria aproveitada como material de merchandising nos lançamentos.

A questão da água ainda não foi entendida e analisada em toda a sua grandeza. Estamos lidando com um bem finito, em torno do qual as previsões são sombrias em futuro não muito distante, em todo o planeta. A água já é considerada, em termos globais, investimento com rentabilidade maior que gás e petróleo. Isso dá ideia de sua importância num mundo em que gás e petróleo são ícones.

Contudo, há muito para falar e analisar quando o assunto é água. É um tema que está apenas começando a dominar os debates também no Brasil. Ainda bem.

Fonte: Secovi - Notícias